domingo, 20 de setembro de 2009

Cinema Brasileiro rumo ao Oscar

Quem vai concorrer ao Oscar?????
Dez longas brasileiros disputam a indicação ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira. Resultado sai hoje, no Rio de Janeiro. Três produções ligadas A Minas Gerais estão no páreo.
Amanhã, a atenção de boa parte da comunidade cinematográfica brasileira estará voltada para o Rio de Janeiro - mais especificamente, para o elegante Palácio Gustavo Capanema. Ali, a partir das 10h, reúne-se a comissão encarregada de escolher o candidato brasileiro ao Oscar de filme em língua estrangeira, entre 10 filmes que foram inscritos. A comissão, presidida pelo secretário de audiovisual do Ministério da Cultura, Silvio Da-Rin, é integrada por Beto Rodrigues (produtor), Carlos Alberto Mattos (crítico de cinema), Carlos Gerbase (cineasta), Ivana Bentes (professora e pesquisadora) e Luiz Gonzaga de Luca (exibidor). A Secretaria de audiovisual acredita que o nome do vencedor será conhecido por volta das 12h. É o fim da primeira etapa de um longo processo que pode dar ao Brasil o mais cobiçado prêmio do cinema internacional, processo marcado por regras bastante rígidas determinadas pela própria Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
Há décadas os candidatos ao Oscar de filme em língua estrangeira são escolhidos por órgãos cinematográficos dos países que os inscrevem. Durante anos, o Brasil não deu muita atenção ao processo, tomando suas decisões em reuniões fechadas. O interesse da classe cinematográfica e do público começou a crescer na virada do século, graças ao sucesso internacional de Central do Brasil, de Walter Salles (último filme brasileiro que concorreu ao prêmio, em 1998), e Cidade de Deus, de Fernando Meirelles (que não concorreu ao prêmio de filme em língua estrangeira de 2002, mas foi indicado em outras categorias na temporada seguinte). Desde então, o MinC vem realizando a cada ano convocações públicas, por edital, e busca o máximo possível de divulgação para o processo, seus participantes e vencedores.
Parece que os produtores brasileiros também começaram a levar a história a sério. Estão usando até mesmo estratégias que, antigamente, eram exclusividade dos estúdios americanos para tentar aumentar suas chances de conquistar a vaga. Uma delas ficou bem clara na lista de filmes inscritos este ano: três deles ainda não tiveram lançamento nacional - ou seja, fizeram temporadas discretas em uma ou duas salas de cidades menores apenas para cumprir a exigência da academia (só podem se candidatar filmes que houverem realizado temporada de pelo menos uma semana em cinema comercial do país de origem).
O cálculo é simples: se Besouro, Salve geral ou Síndrome de Pinnochio for o escolhido, poderá usar este fato para atrair público num circuito maior - pelo menos até 2 de fevereiro do ano que vem, quando será anunciada a lista dos cinco filmes indicados ao prêmio na categoria, entre os candidatos das dezenas de países que, como o Brasil, devem apresentar seus representantes.
Entre os filmes, três têm fortes vínculos com Minas Gerais: Jean Charles, de Henrique Goldman, e O contador de histórias, de Luiz Villaça, narram a vida de mineiros: o eletricista que foi morto pela polícia inglesa, confundido com um terrorista; e Roberto Carlos Ramos, contador de histórias que protagonizou trajetória de superação da pobreza e do preconceito. São temáticas próximas de Hollywood. A outra produção é Feliz Natal, que teve locações no vale do Aço, dirigida pelo ator mineiro Selton Mello, que também protagoniza Jean Charles.
O que determina a academia
“Um filme em língua estrangeira é definido como uma obra de ficção em longa-metragem produzida fora dos Estados Unidos com predomínio de diálogos em outro idioma que não o inglês.”
O filme deve ter estreado no país pelo qual se candidata entre 1 de outubro de 2008 e 30 de setembro de 2009. Sua primeira exibição pública deve ter sido de pelo menos sete dias consecutivos em um cinema comercial, em película de 35mm ou 70mm, ou em formato digital de 24 ou 48 frames.
Não é necessário que o filme tenha sido exibido nos Estados Unidos.
Nenhuma exibição pela TV ou internet pode ter ocorrido antes da estreia nos cinemas.
O controle sobre o processo de criação do filme deve estar nas mãos de cidadãos ou residentes do país pelo qual ele se candidata.
A escolha do candidato de cada país deve ser feita por organização, júri ou comissão que inclua artistas e técnicos de cinema.
Será escolhido apenas um candidato por país, e seu nome deve ser encaminhado à academia até 1º de outubro de 2009.
A cópia submetida à avaliação da academia deve ser idêntica à versão final que circulou pelo país pelo qual o filme se candidata.
Todos os filmes candidatos serão apresentados ao comitê de filmes em língua estrangeira da academia, que, por voto secreto, escolherá cinco indicados ao prêmio.
A lista com os cinco filmes indicados ao Oscar será divulgada em 2 de fevereiro de 2010.
O voto para escolha do vencedor é limitado aos integrantes da academia que comparecerem às exibições promovidas pela instituição, ou comprovarem terem visto, em outras sessões em cinemas, todos os cinco filmes.
Os candidatos
Besouro, de João Daniel Tikhomiroff
Budapeste, de Walter Carvalho
O contador de histórias, de Luiz Villaça
Feliz Natal, de Selton Mello
A festa da menina morta, de Matheus Nachtergaele
Jean Charles, de Henrique Goldman
O menino da porteira, de Jeremias Moreira
Salve geral, de Sérgio Rezende
Se nada mais der certo, de José Eduardo Belmonte
Síndrome de Pinnochio - Refluxo, de Thiago Moyses
Fonte:Estado de Minas, em 17/09/2009

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