quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Frans Krajcberg





Frans Krajcberg , esta expondo seus trabalhos pela primeira vez em São Paulo, quem tiver a oportunidade não deixe de conferir. Um fervoroso ativista do meio ambiente, ele faz seus trabalhos dos restos de arvorés de queimadas da Amazônia, como uma forma de chamar a atenção para o que esta acontecendo lá.
Exposição em cartaz na Oca, do Parque do Ibirapuera, São Paulo.
Segue uma pequena reportagem publicada no Estadão pela Jornalista Maria Hirszman.
É verdade que essa exposição no MAM é a sua primeira grande mostra paulistana?
Sim, é a primeira vez que São Paulo me convida para fazer uma grande exposição. Fiquei impressionado com tanta gentileza, pois vivi algumas coisas desagradáveis aqui. Devia ter feito um espaço na velha serraria aqui do Parque do Ibirapuera, mas o projeto foi vetado, e fui muito insultado. Foi a Prefeitura quem me convidou, nunca pedi um centavo, como também não pedi nada em troca pelas obras que estão no espaço de Curitiba (o Jardim Botânico da capital paranaense acolhe o Espaço Cultural Frans Krajcberg, com mais de 100 esculturas doadas pelo artista). Como é que o sr. tem uma capacidade de produção tão grande?São muitos anos e eu e minha equipe trabalhamos bastante. Nunca parei de fazer esculturas com material que eu trago da Amazônia. Tudo é resto de queimada. É lamentável o que está acontecendo, a destruição é total. A Mata Atlântica mais rica do planeta foi destruída em um século. A última floresta pequena de Mata Atlântica lá em Nova Viçosa é minha. Ano passado, botaram quatro vezes fogo para destruí-la. Se vou conseguir salvá-la não sei, nem se vou continuar a viver lá. Agora, veja o que acontece lá na Amazônia... Estão plantando soja transgênica para vender à China. É um crime! O mais triste é que só se fala nas queimadas das árvores. E os habitantes da floresta? O que acontece com eles?
Considera seu trabalho uma espécie de manifesto permanente contra essa irracionalidade do ser humano? Como conciliar militância e expressão artística?Não gosto de falar do meu trabalho como algo artístico. Meu trabalho é minha revolta, meu grito contra a barbárie que o homem pratica. Precisamos fazer parar essa barbaridade. Do ponto de vista artístico, precisamos ver que a arte ainda não conseguiu abrir a porta para o século 21. Estamos diante dessa grande evolução tecnocientífica e de um vazio absoluto político.
Como é possível abrir essa porta, estabelecer uma nova relação entre arte e sociedade?Pela primeira vez na história, as pessoas estão preocupadas com a saúde do planeta. Precisamos dar mais consciência ao povo brasileiro e mostrar o perigo que praticamos. Precisamos acordar como estão agora acordando na Europa. Tenho um espaço em Paris, em Montparnasse. É o espaço de meus encontros ecológicos. Em novembro estou lá. Paris acordou do ponto de vista ecológico e a Europa está acordando...
Te mais lá no site.

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