segunda-feira, 3 de março de 2008

8 de março - Mutilação genital feminina

Este mês é marcado pelo dia 8 de março em que se comemora o "dia" Internacional da Mulher. Então o Blog vai postar todo dia, (eu espero), notícias com cunho essencialmente feminino (a palavra "feminista", me soa um tanto masculina).
E começo pela mutilação genital feminina, que eu já abordei aqui no Blog, mas que infelizmente continua acontecendo.
Dez agências da ONU se comprometeram a ajudar governos, comunidades, mulheres e crianças a, no espaço de tempo uma geração, erradicar a mutilação genital. O compromisso é promover uma redução em massa da prática de corte do clitóris até 2015, o que seria essencial para atingir alguns dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, principalmente o que diz respeito à igualdade de gêneros.
A ONU estima que, esse tipo de intervenção — que envolve a remoção total ou parcial dos órgãos genitais femininos — ameaça cerca de 3 milhões de meninas todos os anos, e que de 100 milhões a 140 milhões de mulheres já tenham passado pelo procedimento, principalmente na Ásia, África e Oriente Médio.
Em uma declaração conjunta, as agências demonstram preocupação com a “medicalização” da mutilação, feita em alguns lugares por profissionais de saúde, e com a crença de que ela aumenta a castidade das meninas, pois ajudaria a arrumar um bom casamento.
Para as agências, a prática perpetua a discriminação de gênero.
O documento ressalta os efeitos prejudiciais da mutilação à saúde das mulheres. Sangramento excessivo e choque são algumas das conseqüências imediatas que, no longo prazo, podem incluir dores crônicas, infecções e traumas."Para esse objetivo [de fazer a prática desaparecer em uma geração] precisamos de mais recursos e de uma maior cooperação", disse a vice-secretária-geral da ONU, a tanzaniana Asha-Rose Migiro.
As agências destacam que, como a prática é uma convenção social em muitos lugares, a melhor forma de fazê-la desaparecer é reforçar o contato mais próximo com as comunidades e desenvolver um trabalho de conscientização conjunto, aproveitando experiências em andamento.
Dentro dessas comunidades, a decisão de abandonar a prática tem de ser coletiva, explícita e bem divulgada, para trazer uma mudança positiva e acabar com a mutilação genital em uma geração, segundo a ONU.
De acordo com a declaração conjunta, há um número crescente de exemplos bem-sucedidos pelo mundo que a iniciativa deve ampliar e usar como base para ação em outros lugares.As dez agências que se uniram na proposta são: PNUD, UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids), UNECA (Comissão Econômica da ONU para a África), UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), ACNUR (Alto Comissário da ONU para Refugiados), UNHCHR (Escritório do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos), UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para Mulheres) e OMS (Organização Mundial de Saúde). Leia:http://www.unicef.org/media/files/Interagency_Statement_on_Eliminating_FGM.pdf(Envolverde/Pnud)

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