quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Prêmio CEBDS

Prêmio CEBDS chega à sua terceira edição participaram pequenas empresas, ONGs, universidades, jornalistas e representantes da administração pública de todo o país concorrendo ao prêmio de 10 mil reais para o melhor trabalho em cada uma das categorias. O júri foi formado por representantes do governo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, do SEBRAE, da Petrobras e da imprensa.
O melhor trabalho na categoria Administração Pública foi o Projeto Municipal de Coleta Seletiva Solidária da Prefeitura de Mesquita, Rio de Janeiro, o projeto procurou envolver e sensibilizar a população da necessidade de separar o lixo reciclável, valorizando a figura do catador, gerando emprego e renda para a população que sobrevive da atividade, ampliando a percepção da comunidade quanto à importância ambiental, reduzindo o volume de lixo enviado para aterros e agregando valor ao lixo reciclável.
O melhor trabalho na categoria Mídia foi a reportagem da Revista Época, “Isto pode acontecer? O impacto do aquecimento global no Brasil” dos jornalistas Juliana Arini, Marcelo Musa Cavallari, Luciana Vicária, Cynthia Rosenburg, Renata Leal e Rita Nardy. A reportagem faz uma avaliação minuciosa das consequências do aquecimento global no Brasil sem esquecer as dimensões econômica e social, utilizando com esmero imagens, mapas e representações gráficas para ilustrar as previsões e ouvindo especialistas com imparcialidade e objetividade em uma linguagem fácil e acessível. Os jurados decidiram premiar com o Prêmio Especial para a categoria Mídia o jornalista André Trigueiro pela matéria “Compras Sustentáveis” e pelo conjunto da sua obra à frente do revolucionário e inovador programa Cidades e Soluções, veiculado pala Globonews.
Considerado o melhor trabalho na categoria ONG, o Projeto Comunitário de Mulheres na Amazônia é desenvolvido há oito anos pela AVIVE, Associação Vida Verde da Amazônia, uma entidade não governamental, sem fins lucrativos do município de Silves – AM. O projeto promove uma alternativa econômica para a comunidade local via extração sustentável de óleos vegetais e aromáticos. A atividade inclui o estudo, aprimoração e implantação de técnicas e métodos de manejo florestal não-madeireiro de espécies nativas, medicinais e aromáticas, desenvolvendo atividades de educação ambiental e produção de mudas para reposição florestal em uma região onde a atividade extrativista predatória é uma constante à biodiversidade.
Tema de diversos trabalhos em mais de uma categoria, a destinação do lixo produzido nos centros urbanos mostra que é uma preocupação constante de vários setores da sociedade. Os jurados decidiram oferecer o Prêmio Especial da Categoria ONG para o Projeto Rede de Cooperativas de Catadores/Agentes Ecológicos do Estado da Bahia – Rede CataBahia, desenvolvido pelo Pangea Centro de Estudos Sócio-Ambientais. O projeto Rede CataBahia forma, organiza e fortalece sete cooperativas de 10 municípios do estado da Bahia, coletando e comercializando resíduos em escala, aumentando o rendimento médio do cooperado e aumentando a consciência ambiental da população.
Na categoria Pequena Empresa o projeto vencedor foi a fábrica de frutas nativas do cerrado FrutaSã, Indústria, Comércio e Exportação Ltda, localizada no município de Carolina – MA. Fundada em 1995 pela Associação Wyty-Catë, uma sociedade limitada de interesse público formada pelas Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins e o Centro de Trabalho Indigenista, uma das primeiras empresas indígenas do Brasil, a FrutaSã busca aproveitar os recursos naturais do cerrado de forma sustentável. As frutas são compradas das pequenas comunidades e aldeias que recebem a visita da equipe da fábrica. Os resíduos sólidos provenientes do beneficiamento das frutas são aproveitados pelo Viveiro Central, também localizado em Carolina – MA, que, em parceria com a Associação Agroextrativista de Pequenos Agricultores de Carolina, chegou a produzir e distribuir 30 mil mudas no último ano.
O vencedor na categoria Setor Acadêmico foi “Síntese que organiza o olhar: Uma proposta para a construção e representação de indicadores de desenvolvimento sustentável e sua aplicação para os municípios fluminenses”, apresentado à escola Nacional de Ciências Estatísticas como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de mestre em estudos populacionais e pesquisas sociais. O trabalho se propôs a responder à pergunta “Como medir o Desenvolvimento Sustentável?”. Seu autor sugere a construção de sistemas de indicadores que não consideram somente a geração de riqueza (dimensão econômica), mas também as condições de apropriação da riqueza gerada (dimensão social) e as relações entre a sociedade e a natureza (dimensão ambiental). A construção desses indicadores propõe uma representação que alia gráficos e resultados gerando estatísticas para os 91 municípios estudados. Entre os trabalhos que concorreram pelo prêmio do setor acadêmico, um se destacou pela inovação na adequação de uma residência já existente, tendo como resultado a otimização dademanda de energia elétrica e de água potável, a correção de problemas de conforto ambiental com a utilização de técnicas como ventilação cruzada, reuso de água da chuva e de esgoto domiciliar tratado. O projeto Ecohouse 2002 da Universidade Federal do Rio de Janeiro recebeu menção honrosa do prêmio Procel de Conservação de Energia 2002-2003 na categoria edificações, assim como uma moção de congratulações e louvor da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Recebe agora o Prêmio CEBDS Especial para o Setor Acadêmico. De todos os trabalhos apresentados, um se destacou tanto pela perseverança de seu coordenador como pela relevância do trabalho que ele vem prestando há mais de 30 anos na criação de mecanismos institucionais de valorização dos serviços ambientais da floresta Amazônica. Pelo esforço e comprometimento para provar que um hectare da floresta em pé produz serviços ambientais que têm muito mais valor que os obtidos pela destruição do mesmo hectare, os jurados do prêmio CEBDS decidiram oferecer o Prêmio Hours Concours ao cientista americano Philip Martin Fearnside do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA por sua corajosa trajetória em defesa da Floresta Amazônica.
Fonte CEBDS

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